Eu?!
Bom, eu sou um tipo pacato, sociável, de boa índole, amigo do meu amigo e, sobretudo, amigo dos meus clientes. Profissionalmente falando, tento sempre ser rápido, eficiente e prestar os meus serviços com o máximo de qualidade, mas é a amizade que define a minha excelente relação com os clientes.
Nascido em Julho de 1967, comecei nas lides informáticas em Maio de 1990 como técnico de hardware na extinta Moura Relvas Electrónica, representante, à data, de todo o material Epson em Portugal. Cerca de seis meses mais tarde, lá mais para o final daquele ano, aconteceu um pequeno desvio na minha linha de tempo, o que fez com que o meu futuro fosse mesmo a informática e especialmente o software.
A Moura Relvas tinha um gabinete de programação e comercializava software de gestão (Contabilidade, Salários e Facturação). Este gabinete era composto por programadores/técnicos das linguagens de programação "C" e Clipper para MS-DOS, em conjunto com o motor de base de dados DBase. Eu estudava de noite, já no segundo ano do Curso Complementar de Informática, mas a linguagem de programação do meu curso, na altura, era a extinta (e ainda bem) Cobol, linguagem muito trabalhosa, da qual não gostava nada.
Comecei a estudar sozinho aquelas linguagens e dei por mim a começar a perceber, também, alguma coisa de contabilidade, salários e facturação, sempre com a ajuda dos profissionais daquele gabinete. E num fatídico dia de Dezembro de 1990 aconteceu algo inesperado:
Uma das nossas clientes estava desesperada, uma vez que necessitava de colocar um contentor carregado de têxteis no porto de Leixões e o programa de facturação teimava em não emitir a respectiva guia de remessa. Sem este documento, o armador do navio com destino a Angola, não carregaria o contentor e o negócio iria ser desfeito. Todos os meus colegas estavam indisponíveis naquele dia, por variadíssimos motivos, e não restava ninguém para acudir à cliente.
Cheguei perto do Administrador da Moura Relvas e disse-lhe que eu estava perfeitamente preparado para resolver o problema. De início não acreditou, uma vez que até àquela data eu era só o técnico de hardware, mas como a impaciência da cliente era imensa, acabou por ceder e enviar-me à empresa.
E foi aqui que comecei a praticar a cultura da amizade com o cliente. Quando cheguei à empresa, e convencidíssimo que iria resolver o problema com facilidade, comecei por tranquilizar as meninas que estavam à minha espera, logo com boa disposição e desembaraço. Em 5 minutos a guia de remessa necessária para a expedição do contentor já estava impressa. Depois, então, comecei a reparar o programa para que não voltassem a acontecer problemas daquela natureza.
E pronto, no dia seguinte o Administrador recebeu uma chamada daquela empresa, com a mensagem de que só me queriam a mim, sempre que fosse necessária alguma intervenção ao software instalado. Além de ter resolvido um problema muito grave, que poderia ter terminado um grande negócio, ainda o fiz com um sorriso e com boa disposição.
Foi sempre esta forma de estar que me definiu pelo resto da minha vida informática. Mas há mais, que podem descobrir navegando pelos menus deste sítio, à beira mar programado...